Dê olho na série A: Confira entrevista com o presidente colorado
Marcelo Medeiros se prepara para viver 90 minutos de emoção à flor da pele neste domingo, ao se acomodar em seu assento costumeiro no Beira-Rio para ver o Inter enfim virar a página da mácula mais dolorosa de seus 109 anos de história. A partir das 16h, a equipe de Odair Hellmann pisará o gramado com os pés bem firmes para sacramentar o retorno do Colorado à elite do Brasileirão, contra o Bahia. E escrever as primeiras linhas de uma nova era ansiada pelo presidente desde os primeiros esforços para concretizar a principal missão de seu mandato até aqui.
O dirigente recebeu a reportagem do GloboEsporte.com na sala de reuniões da presidência no Beira-Rio para traçar um panorama transparente das dificuldades e dos desafios que moldam o ambiente do clube às vésperas da tão desejada estreia no Brasileirão. E o fez com sinceridade, aos olhos do pai, Gilberto Medeiros, eternizado em um quadro às suas costas, na galeria de ex-presidentes que orna o recinto. O cenário, aliás, é indicativo e tanto para a única promessa feita para a volta a Série A: brigar com unhas e dentes para honrar a história do clube.
– Vai ser uma emoção muito grande ter cumprido a missão de trazer o Inter de volta à Série A e ver ele entrar em campo contra o Bahia. É um trabalho de reconstrução, de muita responsabilidade, de continuidade no trabalho que vem sendo executado no futebol, na gestão, para que a gente possa fazer principalmente no início um desempenho que alimente o nosso torcedor e que dê a ele a força para que a gente possa fazer uma competição digna, à altura da história do clube – afirma o presidente.
Sem traçar metas de pontos ou classificação na tabela, o presidente colorado é cauteloso. Tem bem nítido em sua mente o tamanho do desafio à espera do Inter nos dias que se avizinham até a virada do ano – e o fim de seu mandato, salvo uma reeleição. E não apenas nas 38 rodadas do Brasileirão. Distante dos gramados, o mandatário equaciona uma série de percalços e dificuldades financeiras para consolidar um elenco competitivo aliado com sobriedade para entregar o clube em dia a seu sucessor. E para frequentar o Beira-Rio de cabeça erguida como torcedor quando deixar o cargo.
Confira abaixo a entrevista com o presidente do Inter:
No domingo, o Inter concretiza a volta à Série A, algo tão esperado por vocês. Como está o sentimento para esse momento emblemático?
Marcelo Medeiros: É um sentimento forte, de emoção por toda a dificuldade, todo o trauma. Vai ser uma emoção muito grande ter cumprido a missão de trazer o Inter de volta à Série A e ver ele entrar em campo contra o Bahia. Ao mesmo tempo, é um momento de muita responsabilidade. É um trabalho de reconstrução, de muita responsabilidade, de muita continuidade no trabalho que vem sendo executado no futebol, na gestão, para que a gente possa fazer principalmente no início do campeonato, em que teremos cinco jogos muito difíceis mais um jogo de Copa do Brasil, um desempenho que alimente o nosso torcedor e que dê a ele a força, a confiança, a parceria para que a gente possa fazer uma competição digna, à altura da história do clube.
Pelo que o Inter vai brigar no Brasileirão?
O Inter vai brigar. Uma coisa eu garanto: que o Inter vai brigar. Essa pergunta é corriqueira e feita a todos os presidentes dos clubes da Série A. Nenhum diz: "Olha, eu vou ganhar". Todos dizem o que vão fazer, que é lutar, vão trabalhar. O Campeonato Brasileiro é o mais equilibrado do planeta. É o único campeonato que no início você tem 12 clubes capazes de ser campeões. O futebol hoje mostra que uma equipe que tem menos recurso pode chegar ali e fazer temporada brilhante e ser campeã. Uma coisa é certa. O torcedor pode ter certeza disso. Nós vamos brigar, trabalhar muito para botar o Inter no lugar mais alto possível da tabela.
Mas pensando em dezembro... O Marcelo Medeiros vai estar feliz com o Inter em que posição no Brasileirão?
Meu mandato termina em 31 de dezembro desse ano. Eu tenho a possibilidade de reeleição, mas a gente não pensa nisso. Eu quero colocar o Inter em uma situação não só no campo desportivo, mas no administrativo que eu possa andar nas ruas de Porto Alegre tranquilo, de cabeça em pé para frequentar o Beira-Rio, sentar na minha cadeira e torcer pelo meu time. É muito bom ser torcedor do Inter. E é um privilégio muito grande ser dirigente. Quando minha missão estiver encerrada, quero andar com a cabeça erguida. Como meu pai dizia, com a coluna vertical frequentando o Beira-Rio.

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